É impossível prever, com exatidão, como será o crescimento económico deste ano. No entanto, o nosso conhecimento da economia global permite-nos selecionar as tendências de 2022 que julgamos serem mais importantes para apoiar os processos de tomada de decisão das empresas.

1. Novos gigantes mundiais: As grandes economias do mundo – China e Índia, parecem ter atingido o seu pico de crescimento e a sua influência direta no crescimento da economia global estagnou. Em 2022, há 3 aspetos que serão decisivos para moldar o ranking das grandes economias mundiais: a) o desenrolar da “guerra” comercial EUA-China, b) a tensão na Ucrânia e as sanções à Rússia, c) o impacto do brexit na economia europeia.  Será que 2022 é o ano em que a Coreia do Sul e o Canada chegarão ao pódio das economias com maior crescimento do mundo?

• Aumento da Inflação: Muitos dos mercados internacionais, com destaque para o europeu e o dos Estados Unidos estão a antecipar a continuação do aumento gradual da inflação em 2022. Paralelemente ao aumento generalizado de preços (a inflação na zona Euro foi de 4,9% em 2021) é esperado um crescimento generalizado nas taxas de juro. Um dos mercados que se prevê ser mais afetado por estas variáveis é o do imobiliário, com alguns analistas a antecipar uma nova “crise” no sector.

• Construção do Metaverso: A tecnologia é central para todos os sectores de negócio e o metaverso é buzz word do momento. Sendo ainda uma realidade em construção, o metaverso será um sistema global (semelhante à internet) onde coexistirão conteúdos digitais, experiências de realidade aumentada, gaming, codificação com blockchain, cripto moedas e a mistura de todas as anteriores. Se a tecnologia continuar a desenvolver-se como até agora, tanto as trocas entre as empresas e os consumidores, como as prestações de serviços passarão a ser realizadas, também, dentro desse ambiente.

• Dificuldade na distribuição e produção: Os dois anos de pandemia tornaram evidentes as fragilidades nos sistemas de distribuição global. Portos e vias aéreas com limitações de carga contribuíram para uma crise séria na produção e distribuição de matérias-primas e de produtos transformados um pouco por todo o mundo.  Esta crise começou a intensificar-se no último trimestre de 2021 e vai continuar presente em 2022, com reflexo direto nos preços das mercadorias e nos prazos de produção e entrega de quase todos os produtos disponíveis no mercado europeu.

• Um novo mercado de trabalho: Os modelos híbridos de trabalho serão a norma no curto prazo.  Esta mudança de paradigma aporta vários desafios para as empresas e relações laborais nomeadamente o acesso e controlo da tecnologia disponível. Apesar de, em 2021, a produtividade ter registado um aumento, em 2022, antecipa-se uma diminuição da mesma – as pessoas continuarão a trabalhar mais horas, mas com menos resultados. Uma outra tendência que começa a ser visível, principalmente nos Estados Unidos e Reino Unido é a escassez de mão de obra qualificada, nomeadamente nas áreas de ponta do e-commerce, realidade virtual e inteligência artificial. Nestes sectores específicos, começa a registar-se um aumento gradual nos salários.  

• Emergência Ambiental: Pandemias, desastres naturais e descontentamento social continuam a fazer da sustentabilidade ambiental uma das grandes tendências de 2022. Apesar das negociações do COP26 não terem trazido muitas novidades, as metas de Paris, nomeadamente o acordo para as economias reduzirem drasticamente as suas emissões de carbono, terão implicações práticas nas economias de todo o mundo.

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